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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Qual o papel da igreja no mundo, afinal? (1)


EVANGÉLICOS FAMOSOS LANÇAM LINHAS DE MODA E BELEZA GOSPEL

Depois do assassinato de dois rapazes muito perto da igreja  onde exerço o ministério, e com o aumento do trafico de drogas no local, fui questionado sobre o que a igreja poderia fazer e qual o papel da igreja naquele caso. Nem pensei duas vezes: o problema com a violência e com o trafico de drogas é do Estado. O papel e o lugar da igreja são definidos pela Bíblia e, além disso, sua ação não deve nem pode ser circunstancial ou ocasional, a mensagem de fé, esperança, perdão e salvação sempre vai permear o discurso da igreja em qualquer época e situação. Da mesma forma, não consigo enxergar na igreja a função de ditar moda (ainda que ela se destine ao universo Gospel).

Sinceramente, não vejo problema algum no fato de o crente querer se vestir bem, andar na moda, usar roupa de grife e  tal. Minha dificuldade se dá em função de isso estar sendo administrado dentro da própria igreja, de ver pessoas usando da chance que tem de estar a frente, de influenciar, se aproveitando para “vender seu peixe”; ou seja, envolvendo  a igreja com coisas que ela não tem nada a ver.

Vejam bem, não e errado querer andar na moda. Creio que Jesus tenha usado as roupas (da moda) do seu tempo, tomado o tipo de bebida que se tomava no seu tempo, que ia a festas com outros jovens, tudo normal. Jesus não usava água do rio Jordão com o rótulo de João Batista no garrafão de 20 litros, não usava roupas da grife da mãe dos filhos de Zebedeu, nem perfume da  loja da pecadora que o ungiu. Jesus não era identificado por ser diferente, mas por sua autoridade no ensino e na doutrina.  

Segundo, fico chateado com essa questão do mercado. Antigamente falávamos horrores quando alguma irmãzinha resolvia mostrar seu catalogo da Avom para alguém dentro da  igreja. Lembro-me de uma pessoa muito íntima minha que foi excluída da igreja por causa de um carnê do Silvio Santos:  “Não! Não pode porque o nome do crente não pode estar envolvido em sorteios”. Hoje o sorteio é promovido dentro da igreja, no púlpito, e de todos os tipos: casa própria, carro e moto (destes eu mesmo vi o anúncio), inclusive com uma fervorosa oração de um famoso telepastor e deputado para que o irmão fosse contemplado. Se bobear, vendem o templo e com o irmão dentro!

A intenção com os lucros e sua destinação pode ser muito boa, ainda que eu não acredite muito, mas é comercio, é se aproveitar da espiritualidade (e da carteira) dos irmãos. Igreja não é para isso, evangelho não é isso. Na igreja, oramos, lemos a bíblia, batizamos, gozamos da comunhão desinteressada, celebramos a ceia e, fora dali, nossos hábitos de uma forma geral devem apenas referendar  a comunhão que temos com Cristo, e nosso cristianismo deve estar manifesto em nossas atitudes para com os necessitados, os excluídos e os oprimidos que a bíblia identifica nos órfãos e viúvas.

Durante o curso de Psicologia, quando estudava sobre psicologia social, descobri que ninguém, absolutamente ninguém faz nada por puro altruísmo. Somente Deus foi capaz de um gesto de altruísmo puro, limpo, totalmente destituído de qualquer interesse.

                                                           Pastor Márcio.

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