Muitos crentes pelo Brasil têm assistido às mensagens do pastor Silas Malafaia onde é comum ele falar numa tal de “Lei da semeadura espiritual”, fazendo uma associação do processo de semeadura e colheita de alimentos, com nossas ofertas. Diz ele que, se um agricultor semear um abacate, vai colher vários abacates de uma mesma árvore. Além disso, se este mesmo agricultor plantar vários abacates, terá então os frutos de sua semeadura multiplicados muitas vezes mais. Segundo o referido pastor, Paulo, no texto de 2 Coríntios 9, estaria usando dessa analogia para exemplificar no mundo material, como as coisas são no mundo espiritual. Deste modo, “quem semeia dinheiro colherá dinheiro e quem semeia muito dinheiro colherá dinheiro com fartura”. Será?!
Há algum tempo atrás cheguei ao gabinete de um dos pastores de nossa denominação para conversarmos e percebi sobre a sua mesa, destacado dos demais, o livro “Segredos do homem mais rico que já existiu” do “pastor” Mike Murdock, o grande mentor do Silas Malafaia, junto com o Morris Cerullo. Este sujeito, árduo defensor da confissão positiva, tem ensinado valores totalmente contrários às doutrinas bíblicas, e o pior, parece que nossas ovelhas e “pastores” têm aprendido muito com ele.
Segundo o pastor Murduck a tal “Lei da Semeadura” é um princípio bíblico universal que funciona para qualquer pessoa, mesmo um ateu, em qualquer tempo e lugar. Segundo ele, se a pessoa planta esta semente, ainda que nem mesmo creia em Deus, ela automaticamente aciona este processo de lei de semeadura espiritual. Ensina ele que devemos plantar dinheiro para colher mais dinheiro, como se fosse uma lei de semeadura financeira, que ele chama de "lei da semente".
Agora, analise só que sandice: se isso fosse verdade, estaria resolvido o problema da fome e da miséria no mundo. Qualquer pessoa, por mais pobre e miserável que seja, em algum momento da sua vida, invariavelmente, vai ter algum dinheiro em sua mão, o mínimo que seja. Imagine que, ao invés de gastá-lo essa pessoa resolva semear e receba muito mais em troca. Ela, então, semeia mais daquele que recebeu de volta e assim sucessivamente, e pronto! Simples assim! Em pouco tempo estará levando uma vida nababesca a despeito de toda a miséria e pobreza que a circunda, muitas vezes num país pobre, miserável, falido economicamente, como a Somália, o Haiti ou a Etiópia, por exemplo. Mas, o sujeito lá, rindo à toa, cheio de riqueza, desfrutando dos seus investimentos na “lei de semeadura”.
Onde é que isso me preocupa? Eu conheço pelo menos três irmãos Batistas, dois são diáconos e vice-moderados em suas igrejas, o terceiro é tesoureiro de uma outra, sendo que os três são empresários, dois médios e um pequeno. Os três caíram nessa falácia e contribuem regularmente, plantando suas sementes no reino do Malacheia. Um deles, inclusive, sempre foi “acusado” de não ser dizimista, apesar de ser bem sucedido. Dia desses em uma conversa comigo, ele se defendeu, disse que contribuía financeiramente com a obra de Deus, e queria me provar isso. Pois bem, foi lá e pegou um boleto, ou um carne, sei lá, que comprovava suas contribuições “regulares” com o ministério “Vitória em Cristo”. E ainda teve a cara de pau de me dizer: “viu , pastor Márcio, como esse povo fala demais!”.
Bom, vamos ao árbitro de toda controvérsia: a Bíblia Sagrada. Ao fazermos um exame da passagem referente à “lei de semeadura espiritual” vemos que em nada se refere ao que se diz na tal lei. Paulo fala do auxílio generoso aos pobres. Nada tem a ver com investimentos desafiadores e interesseiros, movidos pelo desejo do homem de enriquecer. O texto, se analisarmos desde o capítulo 8, até o capítulo 9, vamos perceber que a Bíblia mostra que os judeus em Jerusalém passavam por sérias dificuldades financeiras e que Paulo estimulou os coríntios a serem generosos com eles. Notem, a partir do capitulo 8, que a igreja constrangeu Paulo a permitir que os crentes de lá participassem da coleta de ofertas quando eles mesmos eram pobres.
Foi nesse contexto que o apóstolo ensinou aos crentes de Corinto cinco princípios que os pastores das sementes malditas fingem não perceber: primeiro, a primordial motivação do cristão ao contribuir deve ser a alegria, não a necessidade (2 Cor 9.7); segundo, a medida da contribuição deve ser aquela que propusermos em nosso coração (2 Cor 9.7); ou seja, somos nós quem estipulamos os valores - (Murdok estipula em seu livro cinco níveis de sementes: $58, $100, $200, $1000 e $8500; e o pastor Silas Malafaia, primeiro pedia 900 reais, depois passou a pedir um mês de aluguel, uma prestação do carro ou da casa própria, e agora, passou a pedir 1.100,00 reais); terceiro, a fartura é a de generosidade (2 Cor 9.11); é uma benção você ter um coração sempre disposto a ofertar, a ajudar aos pobres e necessitados; quarto, o senso de justiça, e nisso foi que Deus disse que nos abundaríamos (2 Cor 9.8-10); se eu tiver pouco e o outro não tiver nada, o meu senso de justiça vai me fazer ver que aquele pouco que tenho deve ser dividido com aquele que nada tem; e quinto, nossa motivação não pode ser nossa necessidade, qualquer que seja ela (2 Cor 9.7).
Existe um vídeo, que hoje o telepastor vive dizendo que ninguém deve dar atenção porque são falas recortadas e montadas, onde em uma de suas pregações ele chama de “trouxa” os irmãos que contribuem para a obra de Deus movidos prioritariamente pela generosidade, e não pelo desejo de obterem de Deus um retorno financeiro. Assista ao vídeo aqui e perceba que não há como negar que o telapastor foi profundamente anti-ético, grosseiro e deselegante. Aliás, tentem imaginar a viúva pobre, que Jesus tanto elogiou, assistindo e este vídeo.
O céu não é uma Bolsa de Valores, como querem os senhores Malafaia, Murdock e associados, onde o irmão faz um investimento num agro-negócio espiritual. No céu não existe o Banco Central Celestial, onde o irmão faz um Fundo de Renda Fixa Gospel, onde seus rendimentos dependem de seus investimentos, especialmente quanto aos aspectos materiais. Deus não é um fantoche, um boneco de pano, fiador ou sócio de nossos investimentos. Nenhum ser humano pode manipular a Deus estabelecendo regras de relacionamento com ele que promovam o bem estar financeiro de quem quer que seja ou o seu próprio.
Existe um vídeo, que hoje o telepastor vive dizendo que ninguém deve dar atenção porque são falas recortadas e montadas, onde em uma de suas pregações ele chama de “trouxa” os irmãos que contribuem para a obra de Deus movidos prioritariamente pela generosidade, e não pelo desejo de obterem de Deus um retorno financeiro. Assista ao vídeo aqui e perceba que não há como negar que o telapastor foi profundamente anti-ético, grosseiro e deselegante. Aliás, tentem imaginar a viúva pobre, que Jesus tanto elogiou, assistindo e este vídeo.
O céu não é uma Bolsa de Valores, como querem os senhores Malafaia, Murdock e associados, onde o irmão faz um investimento num agro-negócio espiritual. No céu não existe o Banco Central Celestial, onde o irmão faz um Fundo de Renda Fixa Gospel, onde seus rendimentos dependem de seus investimentos, especialmente quanto aos aspectos materiais. Deus não é um fantoche, um boneco de pano, fiador ou sócio de nossos investimentos. Nenhum ser humano pode manipular a Deus estabelecendo regras de relacionamento com ele que promovam o bem estar financeiro de quem quer que seja ou o seu próprio.
Concluo dizendo que a Teologia das sementes é maldita, um engodo, é uma enorme falácia, que deturpa o texto bíblico, extrapolando o limite do bom senso. Pastor John Piper diz acreditar que qualquer ser humano que diz estar convertido e continua a raciocinar como um homem natural, a desejar riquezas e posses, joga o texto de 1 Coríntios 2.14 no lixo.
Para encerrar, recebi em minha casa, a pouco tempo atrás, uma de nossas irmãs que já foi no passado uma pessoa bastante influente em nossa denominação, que me disse o seguinte: “Assim que tiver uma igreja Assenbléia de Deus Vitória em Cristo perto da minha casa eu vou embora para lá”. Falar o que? Se os nossos “pastores” bebem dessa fonte e alguns dos nossos líderes e oficiais a sustentam financeiramente? Sinal dos tempos!
"E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita."(2 Pedro 2:3)
pastor Márcio
É isso que eu penso! Você pensa diferente?
Deixe seu comentário.