É impressionante a forma como se faz teologia no meio evangélico nos dias de hoje. É curso de pastor com diploma, carteira e filiação a uma associação qualquer, tudo por correspondência e em tempo de curso que em alguns casos, em trinta dias temos mais um representante de Deus abalizado aqui na terra. Por contingência, temos um monte de “profetas de Deus” de “ungidos do Senhor” que "não podem ser tocados" fazendo cada um sua “exejegue” peculiar, de onde surgem as unções, os atos proféticos, o cair no espírito, teologia das sementes, da prosperidade etc.
Agora, nosso povo evangélico, que mais parece uma INDÚSTRIA TABAJARA GOSPEL, dirigida por um dos “ungidos” formados pela escola citada acima, lança mais uma novidade no mercado que não vai demorar muito a fazer sucesso por aqui: IGREJA EXPULSA DEMÔNIOS ATRAVÉS DE VÔMITOS, BOCEJOS, ARROTOS E GASES. Assista ao vídeo abaixo e veja se não é o ápice da invencionice que mostra o quanto nossas teologias tem nos afastado do verdadeiro culto, do verdadeiro evangelho, de Deus e da salvação:
Primeiro devemos deixar claro que o pastor não foi nada original. Essa teologia surgiu primeiro no filme "TODO MUNDO EM PÂNICO 2" quando um padre interpretado pelo ator James Woods pede o auxílio de Deus para "exorcizar" sua prisão de ventre.Depois, o que me deixa curioso é saber quem aqui no nosso Brasil poderia criticar esse tipo de coisa? Tanto tem seu valor e lugar a teologia de se expulsar demônios por arrotos, bocejos, vômitos e gases como tem aquela que ensina que cair no espírito é bíblico, assim como a teologia das sementes e da prosperidade que em nade se diferem senão na forma que são chamadas, as “unções”, os atos proféticos. Sim, porque todas se baseiam na mesma forma de exegese: textos fora do contexto sendo usados como pretexto para heresias.
O corolário disso é uma grande panacéia, o arraial evangélico invadido por todo tipo de superstição, misticismo, ritos de umbanda e candomblé, numerologia etc., tudo para atender a qualquer necessidade. É uma mistura de bruxo tio chico, Silas Malacheia (que trás com ele Morre Cenoura e Mico Murdock), Edir macedo, erro erro Soares, família Valadão, ministros gays pops, mercadores da fé (nossos cantores gospel), Benny Hinn, Neuza Itioca, Rebeca Brown entre outros. Cada um com sua teologia e "exejegue" que se manifesta numa liturgia peculiar: vale mijar para demarcar território, sujar a cidade jogando leite e mel no chão (os macumbeiros não podem, né?), fazer “despacho” na igreja às sextas-feiras, com a garrafinha de água, descarrego, unção de achar, do cai-cai, do riso, da caneta, do celular, da lâmpada, do leão, da lagartixa, pó de ouro, atos proféticos, clamor do ventre do peixe, ululação, maldição hereditária etc. Agora, por último, vomitos, arrotos, bocejos e gases exorcistas.
Ora, se conseguimos legitimar com um pequeno esforço exegético (que ainda assim teria de ser hercúlio) a prática do cair no espírito, as bíblias de 900 reais e as unções financeiras (que era dos últimos dias, mas que já ganhou uma medida extra), as unções e atos proféticos, por que é que não pode ser tão legítimo quanto os demônios que saem por vômitos e gases se os resultados estão aí para mostrar que a experiência é valida? O perigo de se legitimar a pratica pela experiência é que, pelas mesmas vias hoje é que os homossexuais tentam legitimar seu estilo de vida: muita gente faz, muita gente pratica, em qualquer cidade, em todos os paises; bem assim como aqueles tantos que gostam da “erva venenosa”. Se prática fosse condição sine qua nom, Sodoma e Gomorra nunca teriam sido destruídas. Bom, pelo menos os resultados estão aí para “legitimar” seu valor: igrejas cheias (inchadas), enche tanto esta quanto aquela.
Quem caiu no espírito levanta para dar testemunho de que sua vida tem sido abençoada, quem deu tudo o que tinha na carteira e mais as chaves e documentos do carro dá testemunho de que sua vida financeira realmente prosperou. Ora, se todos estes testemunhos são válidos por que, então, não aceitar o depoimento de quem vomitou, arrotou e peidou demônios e agora dá testemunho de que desde sua flatulência santa sua vida mudou e que hoje se sente liberto e muito mais ”aliviado” e que a paz reina em seu coração e no seu lar (e no intestino também, é claro)? .
Jesus certa vez entrou no templo e, ao ver ver o tipo de teologia e liturgia que ali se praticava, expulsou a todos do templo com um chicote. Hoje, nem sei se nosso mestre teria a mesma disposição de visitar nossos templos; não por causa do mal cheiro, porque creia amado, esse cheiro, Jesus já vem sentido a muito tempo!
Tristeza é ver a igreja sendo motivo de piada, de chacota, um verdadeiro escândalo. Contudo, nossos pastores, bispos, apóstolos, missionários e patriarcas acreditam que escândalo diz respeito somente aos pecados da área sexual que expõem demais a igreja e que o irmão e sua namorada grávida devem ser excluídos para que a "noiva do Senhor" seja purificada. Seguir outra doutrina que não a de Cristo e dos apóstolos (os bíblicos) ou outro evangelho que não o verdadeiro, que é o da salvação, isso sim, é um escândalo. Agora piorou, ao escândalo juntou-se o mal cheiro. Mas, todos nós já sabíamos que a coisa não tava cheirando bem há muito tempo. Bem que já conhecia um ditado que sempre repito quando posso, gosto muito de pensar nele quando as coisas vão mal: “Pior seria, se pior fosse”. Mas, no caso das igrejas evangélicas, será que a coisa pode mesmo ser pior?
Bom, se vale para um, vale para todos: um cai e ri mais não prega sobre prosperidade. Já o outro prega sobre prosperidade e sementes mas não unge; outra unge e ulula mas não peida; outra peida mas não mexe com ninguém e ninguém toca no ungido de ninguém, nem na liturgia e na teologia, desde que todos estejam ganhando dinheiro e sendo defendidos por suas “ovelhas” que amaldiçoam e ameaçam a qualquer um que se levanta contra o “ungido do senhor” e seu ministério. No fim, eles é que estão certos: peido e filho mal criado, cada um agüente o seu!
Bom, se já começou a cheirar mal e ninguém resolve nada, enterra como indigente que ninguém vai sentir falta. Pelo menos não eu.
pastor Márcio
É isso que eu penso! Você pensa diferente?
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